terça-feira, 16 de julho de 2013

Cinco

agora acordo às cinco da manhã.
vejo o sol raiando.

penso menos,
e tomei gosto pelo café.

tudo podia ser muito;
mais simples.

os solos de guitarra,
e os acasos tristes.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Raios e Raivas

Raios e raios brancos

Cortaram minha embriaguez

E meu ódio se mostra puro, nobre e brando.

Quando mando tudo e todos se foder


De uma só vez!

Diante dos loucos os caretas tremem

E os raios tênues com cheiro de querosene

Estão esticados para meu rumo sem direção.



Lá longe de toda essa gente carente,

Essa gente que para si mesmo mente.

Gente que vive a ilusão de que não se precisa

De uma boa dose de ódio e raiva no coração!

domingo, 7 de julho de 2013

Solos

agora acordo as cinco da manh.
vejo o sol raiando.

penso menos,
e tomei gosto pelo caf.

tudo podia ser muito;
mais simples.

os solos de guitarra,
e os acasos tristes.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

silêncio.

o silêncio 
tão improvável
dia após dia
procurando por
uma resposta

a cama 
desarrumada e repleta 
do meu cheiro

eu parava 
pra escrever
recostado
na cadeira

enquanto 
o dia raiava
e eu escolhia
quando me deitar.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Me falta um "que".

Nestas horas mortas que a noite cria, entre um e outro verso do pavoroso poema, que sob a pálida luz de uma vela eu lia, me chegavam antigas lembranças de um dilema.

Quanto amargo e dissabor o silêncio produz! Entre as sombras vacilantes da noite, chegam em formas indefinidas, que sobre minha cabeça pairam, aves e outras criaturas aladas que de infernal rasantes, alçam voo até minha mente, a perturbar minh’alma.

Essas formas indefinidas das sombras criadas pelo medo, ocupando o vazio do meu ser, preenchendo o que antes era de sentimentos sublimes e, agora, somente o sentimento de dor. O que antes era alegria, agora é tão somente o dissabor.

Que pena paga um condenado pelos sentimentos! Oh, agonia incessante. Que martírios mais terei que suportar? Como um medo tão latente do desconhecido, pode tanto me apavorar? Será do vazio de minha alma que sinto medo? Ou do esquecimento do meu ser, por outro já amado?

Não é do fim da vida que treme minha alma, mas do fim do sentir-se bem eterno. Não mais existir não é tão doloroso quanto o existir sem ser notado, ou amar sem ser amado, ou perder o que jamais será recuperado.


#só

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Nota-se as Notas

Olho direito roxo;
Joelhos granulados pelo asfalto;
Braço direito com unhas cravadas;
Braço esquerdo com estilhaço de fotografia;
Boca manchada por tinta vermelha diluída em sal;
Mãos e pés escorrendo e escorregando.

Sua-se em notas altas e inspiradas.
Aspiradas, as chamas de um incêndio próximo
Lacrimejam.
Soa-se pelos poros abertos de medo,
Inaugurados em medo,
Inaugurando um ‘até nunca mais’.

Ela faz encontrar.
Eles dispersam.
Ela estanca.
Eles disparam.
Ela fala.
Eles calam

Caligrafada em choque.
Liquefeita em rota de colisão.
O que estava opaco,
O que fez-se ponte
Por sobre os muros confunde
Canto, soluço, engasgo, grito de horror.

Graves os agudos que lhe machucam os ouvidos,
Impuras as palavras que lhe forçam nas entranhas.
Mas são luzes que lhe pulsam as têmporas,
Passos constantes que lhe avançam das linhas.
Vocês não sabem:
A menina e a poesia não roçam os cílios para dormir.