Você pode não ser a carta mais perfeita do baralho. Pode não se achar a mais bonita dele todo (o que eu sempre vou discordar). Pode não ser a pessoa mais inteligente do mundo, a mais carinhosa, a mais cuidadora. Pode ate se sentir insuficiente pra alguém o tempo inteiro. Você pode isso tudo.
O que você não pode deixar de saber, é que de todas essas cartas do baralho, todas essas que tentam desesperadamente chamar a minha atenção, eu fui me apaixonar logo por aquela que não moveu um nada para me conquistar.
Aquela que se apresentou pra mim cheia de imperfeições, de alma limpa. De coração aberto.
Aquela que me fez me apaixonar por cada detalhe, os certos, os errados. Aquela que mostrou pra mim que há perfeição na imperfeição.
Que há carinho na falta de carinho.
Que ha amor onde ele nunca habitou. Que há alguém que, contrariando tudo, me mostrou que ser igual a mim, me trouxe a verdadeira felicidade.
A plena.
Aquela que não vem de fora pra dentro, mas de dentro pra fora.
Aquela que não aparece em uma carta, aquela que não precisa aparecer o tempo todo pra mim para mostrar que existe.
Assim como você não precisou nunca ser nenhuma das cartas, das 52, pra poder se fazer presente do meu lado.
Na minha vida.