terça-feira, 24 de setembro de 2013

Impressões

Imprime emoções
inspira sentimentos
eu quero ser
quero ser lido por dentro
e esquecido por fora.

E como uma carta de amor
que após sua capa ser vencida e ignorada
o oculto vem à tona
e revela sorrisos
verte lágrimas
traz saudades.

É preciso rasgar a embalagem
olhar através da pele
os olhos são o remetente da alma.

Esqueci a beleza
que o espelho mostra
no ventre de minha mãe
o que me resta
é  espelhar com palavras
o que se oculta em meu intimo.

Como um envelope feio
que traz apenas o nome do remetente
assim é o envelope do meu corpo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Hein, fim?

Quantos
enfins
dentro
de um
não sei

Não
Não coube
ninguém.

Alguém,
Soube dizer?
O fim?
Veio enfim
a solidão.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Musica em silêncio

Pouco meu corpo sabe dançar
Na verdade, tenho braços arranhados
Engasgo lama em minha sola
Trago em chão bem empoeirado
E piso em fumaça de cigarro barato


Mas eu me atrevo sim
A, quem sabe, te esperar mais
Pelo seu encanto (tão sumido) ali
Em meus dedos, de leve peso
Que suam por liberdade


Que em queda, se quebra
E desmonta em samba
Quase nada ritmado


Isso me faz trançar pés
Chorados de tanto errar
E que com calma se desesperam


Por um som qualquer
Mesmo que em partitura
Inacabada por sentir falta


Mas eu me atrevo sim
A, quem sabe, te esperar mais
Pelo seu encanto (tão sumido) ali
Em meus dedos, de leve peso
Que suam por liberdade


Que em queda, se quebra
E desmonta em samba
Quase nada ritmado


Isso me faz querer em sombra
Ouvir você cantar
Mesmo se uma nota desafinada


Que voa de tempo em tempo
Vive lenta e vendada
E teme pelo medo


De, quem sabe, me esbarrar
Pigarreando por aí
Tropeçando de mão em mão
Sem saber rodar sem você
Ventar sem você.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Dó, lá, Si, Mi.

Não há nota que disfarce,
A timidez dos meus tons,

De vozes fracas em fala.

Chove verso que se,
Prostra em meu colo,

Alcança no seio um chiado.

E no leito, remoe-se o ritmo,
Que não mais marca nossa dança
... no compasso, ausência do seu rastro.

Componho uma canção
Num solo, ando em falsete.
A corda se solta, se quebra.

Afrouxa um laço,
Que costurava a melodia.
Em seu-meu tempo

Me torno meio desafinado.
E soletro em saudade,
Um canto não mais tocado
Do quarto.

Agora erro o sol
Que grave nos fez
E lá, dó me arrastou
Bota você agora em mi


Em mim.

domingo, 8 de setembro de 2013

Ah, Deus?

Você acredita em adeus?
Ah, meu Deus,

eu não acredito.

Não reconheço, nunca vi.
Ah, Deus,
adeus não há.
O que existe é o diabo
do medo,
do consentimento
de haver de enterrar
sentimento trás sentimento.

Adeus não há.
Existe é o demônio
do medo,
do consentimento
de haver de afogar
ressentimento pós ressentimento.
Vou rezar para adeus passar.

Ah, Deus,
adeus legítimo
assim não há.
Sim, não há.
Estou a Teu
Dispor de crença
é muito raro.

Louvado seja o até breve,
bendito seja o até logo,
Abençoado o até a vista.
Receio.
Parecer que descreio
é só outra forma de adiar o adeus alheio.