segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Funeral Blues

Parem todos os relógios, calem o telefone, 
Impeçam o latido do cão com um osso para a fome, 
Silenciem os pianos e com tambores, chamem a vinda do caixão, deixem que os desconsolados clamem. 

Que aviões circulem no alto, um voo torto, 
Rabiscando no céu a mensagem: ele está morto. 
Que se coloque nos brancos pescoços de pombas coleiras pretas, 
E os guardas de trânsito usem luvas de algodão negras.   

Ela era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste, 
Minha semana de trabalho, um domingo calmo,
Meu meio-dia, meia-noite, minha fala, minha canção; 
Eu pensava que o amor duraria para sempre: eu não tinha razão.  
 
Não me importam mais as estrelas; tirem-as da minha frente,
Empacotem a lua, desmantelem o sol quente, 
Despejem o oceano, tirem as florestas de perto: Pois agora nada mais pode vir a dar certo.

W. H. Auden 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Elogiar ou criticar, tudo é uma questão de ponto de vista.